Um pouco sobre o Transtorno
do pânico e o seu tratamento...
Segundo a Classificação
Internacional de Doenças (CID-10), os transtornos de ansiedade incluem seis tipos,
são eles: fobias específicas, fobia social, transtorno do pânico, ansiedade
generalizada, transtorno obsessivo-compulsivo, reação a estresse grave e
transtorno misto de ansiedade e depressão. Como já abordamos brevemente sobre
alguns desses tipos, falaremos um pouco mais sobre o Transtorno do pânico e
suas formas de tratamento.
O diagnóstico de transtorno
do pânico (TP) é baseado na existência de três síndromes clínicas importantes,
que são: o ataque de pânico, a ansiedade antecipatória e a evitação fóbica. Pode
se entender sobre esse conjunto de síndromes é que um pode desencadear o outro,
atuando de forma integrada.Por exemplo, o ataque de pânico
se caracteriza como um período de intenso medo ou desconforto no qual quatro ou
mais sintomas se desenvolvem abruptamente e atingem um pico em torno de 10
minutos, desencadeado por diferentes fatores. Após o ataque, a ansiedade
antecipatória atua promovendo o medo de ter novos ataques, associado à evitação
fóbica, que é a evitação de situações consideradas desencadeadoras de ataques
de pânico pelo individuo, como lugares, ruas, multidões, entre outros.

Foi pensando em minimizar
esses sintomas que se utiliza o tratamento combinado, associando a
psicofarmacologia e a psicoterapia, que são eficientes para quadro de pânico acompanhado
com agorafobia ou depressão. O tratamento farmacológico visa a redução dos
sintomas baseado no diagnóstico clinico, enquanto a psicoterapia utiliza o
tratamento psicodinâmico na busca pela origem dos sintomas e desenvolvimento
pessoal do paciente.
No tratamento psicofarmacológico,
o controle agudo de uma crise de pânico pode ser feito utilizando
tranquilizantes da classe dos benzodiazepínicos (como o diazepan), que
bloqueiam a crise de maneira rápida e eficaz. Esses tranquilizantes, porem,
podem desencadear dependência e por isso, são utilizados preferencialmente no
inicio do tratamento.
Nessa fase, eles contribuirão para o tratamento psicoterápico
enquanto os medicamentos antipânicos ainda não iniciaram uma ação mais efetiva.
Esses medicamentos já são conhecidos em nosso blog e se tratam dos inibidores seletivos
de recaptura de serotonina (ISRS), que são considerados de primeira escolha
pela sua maior eficácia e boa tolerância, como a fluoxetina. Os medicamentos
devem ser iniciados com baixas dosagens, e evoluir de maneira gradual com o seu
aumento, para minimizar os efeitos colaterais até a melhora do quadro.
Para o tratamento psicológico,
comumente se usa a Terapia cognitivo-comportamental (TCC), que tem como
objetivos, fazer uma avaliação dos ataques de pânico, dos estímulos desencadeantes,
esquivas fóbicas, entre outros. Além disso, fornece informações clinicas sobre
o problema como influencias biológica e psicológica, e utiliza estratégias para
lidar com essas crises, como: treinos respiratórios, relaxamento muscular,
exposição e confronto a objetos e situções temidas, entre outros.
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comentário que tentaremos ajudar!
Referências:
Associação Brasileira de
Psiquiatria, revista Debates em Psiquiatria, Ano 3, nº 4, pag 6 a 24; artigo Modelos
de tratamento para o transtorno do pânico, Estudos de Psicologia (Campinas),
vol.23, no.3, Scielo.
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