sábado, 27 de junho de 2015


Um pouco sobre o Transtorno do pânico e o seu tratamento...

Segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), os transtornos de ansiedade incluem seis tipos, são eles: fobias específicas, fobia social, transtorno do pânico, ansiedade generalizada, transtorno obsessivo-compulsivo, reação a estresse grave e transtorno misto de ansiedade e depressão. Como já abordamos brevemente sobre alguns desses tipos, falaremos um pouco mais sobre o Transtorno do pânico e suas formas de tratamento.

O diagnóstico de transtorno do pânico (TP) é baseado na existência de três síndromes clínicas importantes, que são: o ataque de pânico, a ansiedade antecipatória e a evitação fóbica. Pode se entender sobre esse conjunto de síndromes é que um pode desencadear o outro, atuando de forma integrada.Por exemplo, o ataque de pânico se caracteriza como um período de intenso medo ou desconforto no qual quatro ou mais sintomas se desenvolvem abruptamente e atingem um pico em torno de 10 minutos, desencadeado por diferentes fatores. Após o ataque, a ansiedade antecipatória atua promovendo o medo de ter novos ataques, associado à evitação fóbica, que é a evitação de situações consideradas desencadeadoras de ataques de pânico pelo individuo, como lugares, ruas, multidões, entre outros.

Os sintomas que se desenvolvem durante um ataque de pânico, fazem referencia ao coração, pulmão, trato gastrointestinal e nervos. Eles aparecem como problemas físicos que dificultam a identificação de um transtorno psíquico ou psicológico fazendo “mascarar a doença” em cerca de 90% dos pacientes com TP. Tais sintomas podem se apresentar como: dor no peito, taquicardia, dificuldade de respirar, sensação de sufocamento, diarreia, náuseas, cefaleia, vertigem, entre outros, alem do medo de morrer, enlouquecer ou cometer um ato descontrolado.

Foi pensando em minimizar esses sintomas que se utiliza o tratamento combinado, associando a psicofarmacologia e a psicoterapia, que são eficientes para quadro de pânico acompanhado com agorafobia ou depressão. O tratamento farmacológico visa a redução dos sintomas baseado no diagnóstico clinico, enquanto a psicoterapia utiliza o tratamento psicodinâmico na busca pela origem dos sintomas e desenvolvimento pessoal do paciente.

No tratamento psicofarmacológico, o controle agudo de uma crise de pânico pode ser feito utilizando tranquilizantes da classe dos benzodiazepínicos (como o diazepan), que bloqueiam a crise de maneira rápida e eficaz. Esses tranquilizantes, porem, podem desencadear dependência e por isso, são utilizados preferencialmente no inicio do tratamento. 
Nessa fase, eles contribuirão para o tratamento psicoterápico enquanto os medicamentos antipânicos ainda não iniciaram uma ação mais efetiva. Esses medicamentos já são conhecidos em nosso blog e se tratam dos inibidores seletivos de recaptura de serotonina (ISRS), que são considerados de primeira escolha pela sua maior eficácia e boa tolerância, como a fluoxetina. Os medicamentos devem ser iniciados com baixas dosagens, e evoluir de maneira gradual com o seu aumento, para minimizar os efeitos colaterais até a melhora do quadro.

Para o tratamento psicológico, comumente se usa a Terapia cognitivo-comportamental (TCC), que tem como objetivos, fazer uma avaliação dos ataques de pânico, dos estímulos desencadeantes, esquivas fóbicas, entre outros. Além disso, fornece informações clinicas sobre o problema como influencias biológica e psicológica, e utiliza estratégias para lidar com essas crises, como: treinos respiratórios, relaxamento muscular, exposição e confronto a objetos e situções temidas, entre outros.

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Referências:

Associação Brasileira de Psiquiatria, revista Debates em Psiquiatria, Ano 3, nº 4, pag 6 a 24; artigo Modelos de tratamento para o transtorno do pânico, Estudos de Psicologia (Campinas), vol.23, no.3, Scielo. 

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