Um pouco sobre o Transtorno
do pânico e o seu tratamento...
Segundo a Classificação
Internacional de Doenças (CID-10), os transtornos de ansiedade incluem seis tipos,
são eles: fobias específicas, fobia social, transtorno do pânico, ansiedade
generalizada, transtorno obsessivo-compulsivo, reação a estresse grave e
transtorno misto de ansiedade e depressão. Como já abordamos brevemente sobre
alguns desses tipos, falaremos um pouco mais sobre o Transtorno do pânico e
suas formas de tratamento.
O diagnóstico de transtorno
do pânico (TP) é baseado na existência de três síndromes clínicas importantes,
que são: o ataque de pânico, a ansiedade antecipatória e a evitação fóbica. Pode
se entender sobre esse conjunto de síndromes é que um pode desencadear o outro,
atuando de forma integrada.Por exemplo, o ataque de pânico
se caracteriza como um período de intenso medo ou desconforto no qual quatro ou
mais sintomas se desenvolvem abruptamente e atingem um pico em torno de 10
minutos, desencadeado por diferentes fatores. Após o ataque, a ansiedade
antecipatória atua promovendo o medo de ter novos ataques, associado à evitação
fóbica, que é a evitação de situações consideradas desencadeadoras de ataques
de pânico pelo individuo, como lugares, ruas, multidões, entre outros.
Os sintomas que se
desenvolvem durante um ataque de pânico, fazem referencia ao coração, pulmão,
trato gastrointestinal e nervos. Eles aparecem como problemas físicos que dificultam
a identificação de um transtorno psíquico ou psicológico fazendo “mascarar a
doença” em cerca de 90% dos pacientes com TP. Tais sintomas podem se apresentar
como: dor no peito, taquicardia, dificuldade de respirar, sensação de
sufocamento, diarreia, náuseas, cefaleia, vertigem, entre outros, alem do medo
de morrer, enlouquecer ou cometer um ato descontrolado.
Foi pensando em minimizar
esses sintomas que se utiliza o tratamento combinado, associando a
psicofarmacologia e a psicoterapia, que são eficientes para quadro de pânico acompanhado
com agorafobia ou depressão. O tratamento farmacológico visa a redução dos
sintomas baseado no diagnóstico clinico, enquanto a psicoterapia utiliza o
tratamento psicodinâmico na busca pela origem dos sintomas e desenvolvimento
pessoal do paciente.
No tratamento psicofarmacológico,
o controle agudo de uma crise de pânico pode ser feito utilizando
tranquilizantes da classe dos benzodiazepínicos (como o diazepan), que
bloqueiam a crise de maneira rápida e eficaz. Esses tranquilizantes, porem,
podem desencadear dependência e por isso, são utilizados preferencialmente no
inicio do tratamento.
Nessa fase, eles contribuirão para o tratamento psicoterápico
enquanto os medicamentos antipânicos ainda não iniciaram uma ação mais efetiva.
Esses medicamentos já são conhecidos em nosso blog e se tratam dos inibidores seletivos
de recaptura de serotonina (ISRS), que são considerados de primeira escolha
pela sua maior eficácia e boa tolerância, como a fluoxetina. Os medicamentos
devem ser iniciados com baixas dosagens, e evoluir de maneira gradual com o seu
aumento, para minimizar os efeitos colaterais até a melhora do quadro.
Para o tratamento psicológico,
comumente se usa a Terapia cognitivo-comportamental (TCC), que tem como
objetivos, fazer uma avaliação dos ataques de pânico, dos estímulos desencadeantes,
esquivas fóbicas, entre outros. Além disso, fornece informações clinicas sobre
o problema como influencias biológica e psicológica, e utiliza estratégias para
lidar com essas crises, como: treinos respiratórios, relaxamento muscular,
exposição e confronto a objetos e situções temidas, entre outros.
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Referências:
Associação Brasileira de
Psiquiatria, revista Debates em Psiquiatria, Ano 3, nº 4, pag 6 a 24; artigo Modelos
de tratamento para o transtorno do pânico, Estudos de Psicologia (Campinas),
vol.23, no.3, Scielo.
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