Como
tratar com fármacos o Transtorno obsessivo-compulsivo?
Como já relatamos em outras
postagens, o Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), trata-se de um transtorno
intrigante, em que se caracterizam por ideias, fantasias e imagens obsessivas e
por atos, rituais ou comportamentos compulsivos. Apesar de diversas teorias
etiológicas, pouco se sabe sobre a origem deste transtorno. Por esse motivo o
tratamento ainda é baseado fundamentalmente na sintomatologia.
Foi observando o uso de
antidepressivos que aumentam a transmissão serotoninérgica e com isso melhoram
os sintomas obsessivos-compulsivos, que atribuiu ao neurotransmissor serotonina
como um dos componentes principais envolvidos na expressão dos sintomas da
doença. Essa está entre as hipóteses mais citadas para a fisiopatologia do TOC.
Vale lembrar que os sintomas do transtorno não devem ser avaliados
separadamente durante o diagnóstico e tratamento da doença.
A serotonina é um
neurotransmissor sintetizado a partir do aminoácido triptofano, encontrados no
interior de vesículas citoplasmáticas dos neurônios serotoninérgicos. Ela
desempenha papéis críticos na modulação do humor, no ciclo do sono, vigília, na
motivação, na percepção da dor e na função neuroendócrina.
Continuando...
Seguindo a hipótese
serotoninérgica, um dos medicamentos mais eficazes para o tratamento farmacológico
é a Clomipramina. Logo após a sua introdução na Suíça, em 1966, vários estudos
foram realizados e desde então é considerado padrão-ouro de eficácia. Vale
ressaltar que esse fármaco atua inibindo a recaptação de serotonina de forma
não seletiva (IRS).
Além da Clomipramina, os
inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS) também são utilizados,
são eles: fluoxetina, fluvoxamina, paraxentina, sertralina, citalopram. Outros
medicamentos como os inibidores de noradrenalina, neurolépticos, ansiolíticos,
entre outros, são estudados para o tratamento do TOC, entretanto, já se tem
estudos que relataram que não tem a mesma eficácia que os inibidores de
recaptação da serotonina, embora raramente fiquem assintomáticos.
O manejo clínico dos medicamentos
deve ocorrer com doses baixas, inicialmente, e aumentar de forma lenta para minimizar
os transtornos causados pelos efeitos colaterais ao paciente. Nunca é o
bastante deixar de lembrar que cada caso é um caso, assim como cada paciente
pode se comportar de maneira diferente que o outro, portanto, o tratamento
sempre deve ser acompanhado pelo médico e com apoio e compreensão da família.
Referências:
Tratamento farmacológico do transtorno obsessivo-compulsivo, Scielo; Revista Brasileira de Psiquiatria, vol 23.
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