sexta-feira, 26 de junho de 2015


Como tratar com fármacos o Transtorno obsessivo-compulsivo?


Como já relatamos em outras postagens, o Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), trata-se de um transtorno intrigante, em que se caracterizam por ideias, fantasias e imagens obsessivas e por atos, rituais ou comportamentos compulsivos. Apesar de diversas teorias etiológicas, pouco se sabe sobre a origem deste transtorno. Por esse motivo o tratamento ainda é baseado fundamentalmente na sintomatologia.
Foi observando o uso de antidepressivos que aumentam a transmissão serotoninérgica e com isso melhoram os sintomas obsessivos-compulsivos, que atribuiu ao neurotransmissor serotonina como um dos componentes principais envolvidos na expressão dos sintomas da doença. Essa está entre as hipóteses mais citadas para a fisiopatologia do TOC. Vale lembrar que os sintomas do transtorno não devem ser avaliados separadamente durante o diagnóstico e tratamento da doença.

 Observação: mas afinal, o que é a serotonina e como ela atua? 
A serotonina é um neurotransmissor sintetizado a partir do aminoácido triptofano, encontrados no interior de vesículas citoplasmáticas dos neurônios serotoninérgicos. Ela desempenha papéis críticos na modulação do humor, no ciclo do sono, vigília, na motivação, na percepção da dor e na função neuroendócrina.

Continuando...
Seguindo a hipótese serotoninérgica, um dos medicamentos mais eficazes para o tratamento farmacológico é a Clomipramina. Logo após a sua introdução na Suíça, em 1966, vários estudos foram realizados e desde então é considerado padrão-ouro de eficácia. Vale ressaltar que esse fármaco atua inibindo a recaptação de serotonina de forma não seletiva (IRS).
Além da Clomipramina, os inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS) também são utilizados, são eles: fluoxetina, fluvoxamina, paraxentina, sertralina, citalopram. Outros medicamentos como os inibidores de noradrenalina, neurolépticos, ansiolíticos, entre outros, são estudados para o tratamento do TOC, entretanto, já se tem estudos que relataram que não tem a mesma eficácia que os inibidores de recaptação da serotonina, embora raramente fiquem assintomáticos.


O manejo clínico dos medicamentos deve ocorrer com doses baixas, inicialmente, e aumentar de forma lenta para minimizar os transtornos causados pelos efeitos colaterais ao paciente. Nunca é o bastante deixar de lembrar que cada caso é um caso, assim como cada paciente pode se comportar de maneira diferente que o outro, portanto, o tratamento sempre deve ser acompanhado pelo médico e com apoio e compreensão da família. 


Referências:
Tratamento farmacológico do transtorno obsessivo-compulsivo, Scielo; Revista Brasileira de Psiquiatria, vol 23.





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